A história da cacauicultura na Bahia se confunde com a própria história da região, pois o cacau fez o desbravamento para o interior, fundou cidades, formou gerações. O cacau criou uma civilização no sul da Bahia, um patrimônio, uma identidade histórico-cultural determinada pela atividade agrícola.
O cacau chegou a Bahia, em 1746, sementes foram plantadas às margens do rio Pardo, Fazenda Cubículo, no atual município de Canavieiras. Chegou a Ilhéus em 1752.
Até 1930, a lavoura se desenvolveu a contento, quando, então, uma séries de problemas internos vividos pelo Brasil na República Velha e mais a situação econômica internacional, resultante da crise de 1929, deu início a um período de dificuldades crescentes para o produtor e a região.
De 1930 até meados da década de 50, as dificuldades foram se acumulando, as crises eram cíclicas. Organismos estaduais e programas federais tentavam minimizar problemas agronômicos e financeiros que afetavam as lavouras. Em 1931, é criado o Instituto de Cacau da Bahia - ICB. A Cooperativa Central dos Agricultores do Sul da Bahia é fundada em 1942.
Em 1957, os problemas estão agravados e a cacauilcultura vive a pior crise de sua história. A atividade cai a níveis anti-econômicos porque os preços do produto no mercado internacional estão muito baixos, a tecnologia para sustentar o seu desenvolvimento é insuficiente, o crédito é caro e escasso. Predomina a lavoura extensiva, infestada de doenças e pragas. Os agricultores endividados, sem recursos ou estímulos, são levados ao desânimo, muitos ao abandono do cultivo. O cacau era um produto-problema, considerado uma cultura sem perspectivas.
UM NOVO TEMPO
No auge dessa crise, a 20 de fevereiro de 1957, o governo federal cria a
CEPLAC, "Comissão Executiva do Plano de Recuperação Econômico Rural da Lavoura Cacaueira"- com o objetivo de recuperar e racionalizar a lavoura.
No início eram poucos funcionários reunidos numa
'comissão' provisória, com tarefa aparentemente emergencial a ser cumprida. E, também mínimas as adesões da primeira hora. No entanto não faltavam idéias, união, desejo de colaborar e construir. As críticas aos problemas deveriam ser exercidas antes de tudo, com interesse, trabalho e dedicação ao
“plano”.
O crédito orientado foi o instrumento prioritário usado pela CEPLAC para recuperar uma lavoura em crise.
Através do crédito, os cacauicultores puderam empregar a tecnologia recomendada pela CEPLAC, modernizar e ampliar suas lavouras e dotar as fazendas de infra-estrutura apropriada para produzir mais, com menos custos. Durante quinze anos a CEPLAC prestou efetiva assistência financeira aos produtores de cacau.
Expansão e Consolidação da Cacauicultura na Bahia - 1900/1930:
1900/01 - Atrativos: solo, clima, ambiente ecológico, demanda externa e preços atrativos.
1905/06 - Desbravadores/pioneiros - espírito de oportunidade
1910/11 - Expansão da área cultivada para mais de 152 mil hectares
1915/16 - Em 1920 - o cacau respondia com 45% das exportações baianas.
1920/21 - Contribuíra com cerca de 50% das receitas do Estado.
1925/26 - Segundo maior produtor de divisas para o país, superado pelo café.
1930/31 - Implantou-se a ferrovia Ilhéus-Itabuna, melhoramento portuário, independência territorial, desbravadores e pioneiros transformados em coroneis do cacau, surge Jorge Amado e Adonias Filho e racionalização dos métodos de produção